Sinopse
Grupo de burgueses procura abandonar Rouen, na França, para fugir da ocupação do exército prussiano em 1870. Já iniciada a viagem, uma prostituta conhecida como Bola de Sebo se incorpora à comitiva.
Obra de estreia de Mikhail Romm, baseada na adaptação do conto homônimo de Guy de Maupassant, “Bola de Sebo” foi realizado em 1934 como um filme silencioso, sendo sonorizado em 1955 sob a supervisão do diretor.
A história de Maupassant recebeu mais de 10 adaptações cinematográficas.“No Tempo das Diligências” (John Ford, 1939) bebeu deste filão que também inspirou Brecht na criação da Jenny de “A Ópera dos Três Vinténs”, como uma antítese da gentil prostituta francesa. Na “Ópera do Malandro”, a Geni, de Chico Buarque e Rui Guerra, retoma o modelo original.
Direção: Mikhail Romm (1901-71)
Mikhail Romm Ilich nasceu na cidade siberiana de Irkutsk, serviu no Exército Vermelho durante a guerra civil, e graduou-se em escultura pelo Instituto Artístico-Técnico de Moscou. Em 1931 ingressou no Estúdio Mosfilm, onde atuou como produtor e diretor. No Instituto Estatal de Cinema (VGIK), a partir de 1962 foi professor de proeminentes cineastas como Andrei Tarkovsky, Grigori Chukhrai, Gleb Panfilov e Elem Klimov. Realizou 18 longas-metragens, entre os quais “Bola de Sebo” (1934), “Treze” (1936), “Lenin em Outubro” (1937), “Lenin em 1918” (1939), “Sonho” (1941), “Garota nº. 217” (1945), “Missão Secreta” (1950), “Nove Dias em Um Ano” (1962), “O Fascismo de Todos os Dias” (documentário, 1965) e “A Questão Russa” (1947). Recebeu o Prêmio Stalin nos anos de 1941, 1946, 1948, 1949, 1951. De seu filme “Sonho”, disse o presidente Franklin Roosevelt: “é um dos maiores do mundo”.
Argumento Original: Guy de Maupassant (1850-93)
Henry René Albert Guy de Maupassant nasceu em Tourville-sur-Arques. Estudou no liceu de Rouen e, em 1870, com a eclosão da Guerra Franco-Prussiana, alistou-se no exército. Trabalhou, durante oito anos, nos Ministérios da Marinha e da Instrução Pública. Iniciado e enconrajado nas letras por Gustave Flaubert, seu primo por parte de mãe, teve uma vida que apesar de curta foi muito produtiva, tendo escrito, além de romances e novelas, cerca de 250 contos. Várias histórias desse escritor, que se recusou a integrar a Academia de Ciências e a receber a Legião de Honra, se tornaram clássicos do cinema, entre as quais “Bola de Sebo” (Mikhail Romm, 1934), “Um Dia no Campo” (Jean Renoir, 1936), “Mademoiselle Fifi” (Robert Wise, 1944), “Bel-Ami” (Robert Lewin, 1947), “Pierre et Jean” (Luis Buñel, 1952) e “La Bestiole” (Claude Autant-Lara, 1965).
Música Original: Mikhail Chulaki (1908-89)
Mikhail Ivanovich Chulaki nasceu em Simferopol, Crimeia. Estudou composição no Conservatório de Leningrado, onde graduou-se em 1931. Foi diretor-artístico da Filarmônica de Leningrado (1937-39) e do Teatro Bolshoi (1963-70). Lecionou no Conservatório de Moscou, e foi vice-presidente da Comissão Para as Artes do Conselho de Ministros da URSS (1951-52). Compôs sinfonias, óperas e música para balés, com destaque para “O Conto do Sacerdote e de seu Trabalhador Balda” (1939), baseado no poema narrativo de Aleksandr Pushkin; “O Noivo Imaginário” (1946), baseado na peça de Goldoni; “Juventude” (1947), baseado no romance “Como o Aço Foi Temperado”, de Nikolai Ostrovskii. Escreveu uma dezena de trilhas para cinema, entre elas “Bola de Sebo” (Mikhail Romm, 1934) e “Meu Coração Volta a Bater de Novo” (Abram Room, 1963).