Sinopse
Ivan, um menino de 12 anos, fica órfão quando sua família é morta por soldados alemães que invadiram o território soviético na 2ª Guerra Mundial. Com lembranças da vida em família, Ivan decide apoiar o Exército Vermelho, e graças à sua pequena estatura consegue atravessar várias vezes as linhas alemãs para colher informações sem ser visto. Longa-metragem de estreia do diretor Andrei Tarkovsky, o filme recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza (1962).
Direção: Andrei Tarkovsky (1932-86)
Andrei nasceu em Ivanovo, perto do Rio Volga, na Rússia. Filho do poeta ucraniano Arseny Aleksandrovich Tarkovsky, estudou música e pintura antes de ingressar no Instituto Estatal de Cinema (VGIK), em 1956. Durante o curso, realizou, sob a orientação de Mikhail Romm, o curta “Hoje Não Haverá Saída Livre” (1959), e o média “O Rolo Compressor e o Violinista” (1960). Em 1961 rodou seu primeiro longa, a “A Infância de Ivan”, que recebeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Dirigiu “Andrei Rublev” (1966), “Solaris” (1972), “O Espelho” (1974), “Stalker” (1979). Em conflito com as autoridades, mas não como “dissidente”, segundo insistia em afirmar, deixou a URSS em 1983 para residir na Itália. Em seguida dirigiu mais dois filmes: “Nostalgia” (1983) e “O Sacrifício” (1986). Suas concepções de cunho fortemente introspectivo e religioso sobre cinema e arte – “é com a ajuda do homem que o criador vem a conhecer a si próprio”, “um artista sem fé é como um pintor nascido cego” – estão reunidas no livro “Esculpir o Tempo”, lançado em 1985.
Argumento original: Vladimir Bogomolov (1926-2003)
O escritor Vladimir Osipovich Bogomolov nasceu em Moscou. Quando a União Soviética foi invadida pela Alemanha nazista, em 1941, ainda estava no colégio e alistou-se no Exército Vermelho tendo completado somente sete séries. Começou a guerra como soldado raso, e na sua conclusão estava no comando de uma companhia, tendo sido condecorado várias vezes. Continuou servindo até 1952. Graduou-se no Departamento de Jornalismo da Escola Superior do Partido Comunista da União Soviética, e um de seus primeiros relatos, “Ivan” (Ivan, 1957) foi adaptado para o cinema em “A Infância de Ivan” (1962). Bogomolov escreveu também o romance “Agosto de 1944”, inspirado na luta dos soviéticos contra os nazistas. Faleceu em Moscou, aos 77 anos.
Música Original: Vyacheslav Aleksandrovich Ovchinnikov (1936-2019)
Nascido na cidade russa de Voronezh, Vyacheslav Ovchinnikov começou a compor muito cedo e concluiu o Conservatório P.I. Tchaikovsky, em Moscou, em 1962. Entrou para a União de Compositores Soviéticos em 1964, e para a União dos Profissionais de Cinema da URSS em 1967. Compôs principalmente óperas e música para balés, mas também é autor de quatro sinfonias, além de oratórios, suítes e peças instrumentais. Começou a trabalhar no cinema em 1957, fazendo as músicas dos dois primeiros filmes de Andrei Tarkovsky, “A Infância de Ivan” (1961) e “Andrei Rublev” (1966). Realizou ainda restaurações de filmes mudos, como a trilogia “Zvenigora” (1928), “Arsenal” (1929) e “A Terra” (1930), de Aleksandr Dovzhenko, além da trilha sonora do consagrado “Guerra e Paz” (1966-68), de Serguei Bondarchuk. Recebeu a Ordem da Bandeira Vermelha do Trabalho, e o Prêmio do Komsomol Leninista, em 1977, pela música do filme “Eles Lutaram pela Pátria” (1975). Em 1977 foi nomeado Artista do Povo da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, e recebeu, em 1996, a Ordem “Pelos Serviços Prestados à Pátria” de IV Grau.